sábado, 2 de fevereiro de 2008

Um dia inteiro de viagem e sorrisos no rosto!

Não tem jeito. O DNA é a outra certeza da vida, junto com a morte. Tal como meu pai, eu sempre fui paranóico com horário de vôo. Detesto a mínima chance de ficar retido em terra, por qualquer motivo que seja. Overbooking, atraso, cancelamento ou qualquer uma dessas agruras que fazem do ato de voar no Brasil, uma sublime aventura. Se a viagem for de férias, então...cuidado redobrado. Ou seja, para um vôo que partia às 9:50 da manhã, às 7:15 eu já estava saindo de casa. Fui na frente com o João, que queria aprender fazer checkin. Merecida prudência. Tudo absolutamente tranqüilo. Às 8:40, quando a maioria dos mortais estava pensando em chegar cedo no aeroporto, o saguão já estava um tumulto, típico de dias que antecedem o carnaval. E nós, tranquilamente, indo tomar um café. Bingo!

O vôo para Manaus saiu pontualmente com meia hora de atraso. Fusos horários à parte, chegamos na hora marcada e sem saber o que fazer para ocupar as próximas seis que ficaríamos aguardando o vôo para Orlando. Tentamos sair para dar um passeio na cidade. Idéia da Renata, e ligeiramente boicotada por mim, que já estava em pânico na possibilidade de chegar em cima da hora para o próximo vôo. Meu santo é forte e a chuva que desabou sobre a capital manaura, mais ainda. Planos abortados. Resolvemos aguardar no aeroporto mesmo. Em poucos instantes, chegou o resto da trupe e o grupo ficou definitivamente formado. Quatro adultos, uma pós-adolescente e seis crianças, entre 4 e 10 anos. Minha precaução mostrou-se muito sábia. Entre declaração de bens na Receita Federal, almoço, novo checkin e imigração, o tempo voou. E pontualíssimamente, dez minutos antes do horário marcado, o vôo da Copa Airlines decolou do Brasil com destino ao Panamá, nossa escala antes de Orlando.

Viagem perfeita. A tal Copa Airlines é muito boa para o que cobra. Serviço de bordo honesto, poltronas confortáveis, tripulação simpática. O detalhe é que, apesar da paranóia de segurança americana, se os terroristas descobrirem o Panamá, o império de Bush corre perigo. Não existe raio-x, a revista de bagagem de mão é feita pelas próprias de umas panamenhas recém saídas da adolescência, e à bordo circulam livrementes os inesquecíveis talheres de metal!!!! Pousamos na hora exata em Orlando.

Aí, caros leitores, começa a maratona!!! Imigração, pega bagagem, abre mochila, joga a bagagem em nova trilha de inspeção, tira sapato, tira cinto, tira tudo, novo raio-x, pega metrô. Pra quem chegou em Orlando, duas da manhã, horário do Brasil, depois de um dia INTEIRO de viagem, quase 24 horas no ar, só muita vontade de curtir o Mickey pra manter o bom humor dos adultos e crianças acordadíssimas!

O saldo das primeiras horas em território americano: Pedro perdeu o casaco e a blusa de frio. Isso tudo, antes de sair do aeroporto!!!

O nosso carro parece uma ambulância. Branco. Grande. 12 lugares. GPS ligado, vamos em busca do hotel. No caminho, começa a interação agradável com os binários americanos. Pedágio. Só aceitam notas de, no máximo, 20 dólares. A minha menor era de 50! A Nancy me olha com cara de “você pirou???? Estou pouco me lixando pro que você vai fazer, mas o problema é inteiramente seu, se às duas horas da manhã (hora local) você acabou de chegar no país, não tem uma nota de 20 dólares, tem 6 crianças à bordo de um carro alugado, está numa estrada deserta e escura e não conhece nada nem ninguém”. Eu lembrei do meu dólar da sorte, que mantenho na minha carteira por anos. Lá se foi ele. Cumpriu sua função na minha vida. Deveria ter seguido a sugestão da Juliana: “Tio, não paga pedágio. Diz pra moça que a gente não é daqui e não vai usufruir da melhorância de estrada!!!”.

Instalados, eram quase três da manhã, quando dormimos finalmente!!! A festa já vai começar!!!

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