quarta-feira, 23 de abril de 2008

Run, Forrest, Run


Depois de um longo interregno, vamos aqui tentar tirar a teia de aranha das idéias e tentar postar alguma coisa interessante.


Ando cheio de trabalho. Isso é bom. Não que antes não tivesse, mas como tudo na vida, o trabalho também sofre períodos de entressafra, onde a gente faz as coisas meio no automático. Sem muito tesão. Daí, de repente, um projeto novo, um aumento de salário, ou até mesmo de responsabilidade, enche a gente de gás novamente. E lá vamos nós dando o sangue pela empresa...Mas, como uma máquina que funciona a pleno vapor, o motor aquecido faz um monte de coisa sair funcionando melhor. E daí, vc pensa melhor, vive melhor, sorri melhor e sai do marasmo para euforia. Bipolar, eu? Imagina....até porque, acho que passei da fase da euforia. Estou simplesmente de bem com a vida. Vá lá, a crise dos 40, agora quase pública e notória, já não faz estragos. Aprendi a conviver com ela. Serve pra gente arrumar o armário, jogar fora um monte de coisa velha, e de repente dar destaque àquele presente que ganhamos no aniversário de 23 anos, mas ficou guardado, sem uso nem valor. É mais ou menos assim, se é que fui claro. Não que eu queira ser.


Mas matutando, você vai descobrindo coisas que te fizeram falta a vida inteira e agora, de repente, se dá conta que os anos de labuta e pressão, podem comprar. Feita essa constatação, resolvi: vou comprar um carro top de linha!!!! Não, não é um carro grande, possante, que traduza em cavalos a virilidade masculina. Não, não é um carro de luxo, que chame atenção e mostre ao mundo que eu vim, vi e venci. Eu não estou atrás de potência, nem de conforto. Vou comprar um conceito. Depois de muita auto análise, percebi isso e ficou tudo mais fácil. Eu quero um carro com todos os opcionais. Kit convergence, volante de couro, roda de liga leve, tudo elétrico e automatizado, cor especial. Não quero economizar. Quero todos os itens que só um homem consegue valorar. Só homem consegue entender a quantidade de opcionais que um carro pode ter. Mulher precisa de ar e direção hidráulica. Ponto final. Marcha ré. Quero um carro esportivo, sem ser cafona. Nada de conversível, aerofólio, teto solar. Tentei explicar aos meus amigos publicitários, que existe sim, o valor agregado ao produto que se traduz em sensação e sentimento emblemático traduzido em comportamento de compra para satisfação de um desejo de atingimento de posição sócio-cultural que nos dá o título de sócio proprietário de uma tribo específica a que se deseja pertencer! Sacou?


Estou satisfeito com o cumprimento das decisões de Ano Novo. Lembra? Pois é. Estamos em abril, quase maio, e dessa vez eu não esqueci. Tenho tentado seguir quase à risca. Sábado eu corri a minha primeira prova. Revezamento. Ok, indoor. Oitavo lugar. Quantas equipes? Eram dez. É. Antepenúltimo!!! Mas ninguém faz idéia do que isso significou pra mim. Trinta minutos correndo. Sem parar. Sem diminuir a velocidade. Aumentando sempre, do zero ao trigésimo minuto. Foi a vitória do garoto que era reprovado em todas as provas de educação física, porquê não dava conta de correr 12 minutos sem parar. Foi a vitória do adolescente de quem diziam não poder praticar esporte porque tinha bronquite asmática (não precisa ser muito inteligente pra saber quem "diziam"...rs). Foi a vitória do adulto sedentário e gordo de 30 anos, que resolveu que a vida tinha que ter qualidade e isso inclui disposição física e feliz aparência. Amigos leitores, eu me senti em primeiro lugar. Campeão. Medalha de ouro que, eu mesmo, solenemente postei no meu peito. Enebriado de endorfina, eu corri o último minuto, à 12 km/hora e cruzei a linha imaginária de chegada, com um sorriso insuportável na cara e cheio de convicção que essa era só a primeira de muitas. Agradecimento especial ao Antônio que acreditou em mim e fez a minha inscrição à minha revelia. Brother, vou te dever mais essa!