quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A santa e o canalha


Na verdade, a devoção não estava nos meu planos. Comprei a imagem porquê lembrava meu pai. Era uma maneira de mantê-lo por perto de uma forma materializada. Com o tempo, passei a rezar. Pra acalmar. Pra pedir. Pra agradecer. Nem sei como funciona bem essa coisa de devoto. Santa de Devoção. Parece título de livro do Jorge Amado. Com o tempo, a santinha me passava conforto espiritual, e eu conceituei o termo.


Aí entra o canalha. Pérfido bandido que essa hora ri solenemente de nossa cara. De nada valeu nossa indignação. De nada valeram nossos protestos. Muito menos valeram as evidências grotescas. O pulha se escondeu atrás da imagem da MINHA santa. A Nossa Senhora que alivia e conforta aos que crêem. São milhares. Descontada a minha passionalidade, isso me irritou mais do que todo o resto. Foi como trazer crianças para um bordel, para justificar a sacanagem.


Não que eu tenha me surpreendido. Muito pelo contrário. Infelizmente, tudo que posso transmitir aos meus filhos é que não confiem em ninguém que esteja na política. Se esse alguém for do PT então, corra dele como se fosse a encarnação do bicho papão. Mas não me surpreender, não impede que eu me emputeça!

Ri hoje de mim, de vocês, do Brasil, não só o canalha em questão. Ri lá longe nos países nórdicos, toda a corja e seu chefe supremo. Cúmplice. Conivente. Covarde. Mil caras. Uma para cada pagador. Exemplo supremo da impunidade. Arauto da lei de Gerson, que tanto tentamos combater. Há se de pensar somente nas vantagens. Fins camuflados justificam qualquer meio.


Chora na basílica, a santinha. Envergonhada e indefesa. Nossa Senhora de Nazaré, do Pará, do MEU PAI e do Brasil. Deveria chorar eu, de raiva. Pela santinha, pelo meu pai, mas principalmente, pelos meus filhos, que mais uma vez e tão cedo, se verão descrentes nos mandatários do país.

Um comentário:

Fabiano Lima disse...
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