terça-feira, 11 de setembro de 2007

Em breve!



Desde criança eu gosto de coisa nova. Roupa nova. Brinquedo novo. Casa nova. Amigo novo. Nunca resisti às mudanças. Sonhava acordado, com as milhares de casa que meus pais visitavam pra comprar. Acho que isso era meio programa da década de 70. Depois vieram os apartamentos, as coberturas e enfim. Mas deixa eu voltar ao assunto....

Adorava um caminhão de mudança descarregando na vizinhança. Logo dava um jeito de descobrir quem eram, quantos eram e que idade tinham. Rondava a casa até me apresentar. Ficava orgulhoso de trazer o amigo novo pra turma da rua.

Comércio novo, então. Enfrentei multidões, ainda bem menino, pra conhecer no primeiro dia os vários hipermercados que inauguravam na cidade. Vi o elefante do Jumbo e o canguru do Romcy.

Cinema, tinha que ser na estréia. As filas davam voltas no quarteirão, mas eu tinha que ver o filme dos trapalhões no primeiro dia. Ver. Porquê não se ouvia nada. O nosso cinema ainda era jurássico, e o barulho infernal da multidão de adolescentes e crianças gargalhando com as palhaçadas do Didi, impediam que entendêssemos o que era dito.

Mudei de cidade. Novos amigos. Finalmente um apartamento. Escola nova. Festa estranha, e eu era o esquisito. Só eu sei o quão difícil foi. Pra qualquer um, eu estava me adaptando muito bem. Mas eu sofri pra caralho. Bola pra frente, cara, que você é capaz.
Depois disso, a coisa virou festa. Outra escola. Faculdade. Outra faculdade. Emprego.

Dono do meu próprio nariz, acho que desde sempre, fui conhecer o mundo. Não mochilei. Porquê cedo, resolvi ter responsabilidade. Ah, doce ignorância. Deveria ter flanado mais por aí. Mas tudo na vida tem sentido, e eu sei exatamente o porquê de cada coisa. Rodei bem. Mesmo tendo casado cedo.

E filho? Quando eu achava que o terceiro não seria novidade, tratei logo de arrumar um quarto pra vir junto. As doces e adoráveis criaturas me surpreendem diariamente. É a melhor parte.

Aí perdemos as contas. Carro, apartamento, outro apartamento, casa. Cachorro. Piscina. Alguém acha que é fácil manter uma piscina limpa???? Admirável mundonovo. Para mim pelo menos. Churrasqueira? Somos tão amigos quanto árabes e palestinos.

E agora? Resolvi ter medo do que vem por aí. Tento me convencer diariamente que eu devo estar doente. Me recuso diariamente a acreditar que isso seja doença. Tento não pensar. Penso o tempo todo. Idade? Não!!! Pára com esse papo, rapá. Excesso de responsabilidade? Talvez.

Já me imaginei jogando tudo pro alto e deixando ver como é que fica. Imaginando os comentários e a cara de espanto das pessoas. Surtou. Só pode. Irresponsável. Doidivanas. Quero gargalhar. Chorar. Correr. Ah, resolvi correr mesmo. Já estou correndo 15 minutos por dia. Pretendo correr uma meia-maratona. Adoro esses desafios.

Tem que ter calma e frieza. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Sou um só pra lidar com isso. Vou tentar me convencer que eu sou o que a minha chefe me descreveu: Gelado. Não sei se isso é elogio. Ela usou como se fosse. Devo acreditar?

Acompanhem as cenas dos próximos capítulos. Podem ser emocionantes como um filme de Spielberg. Engraçados como as peças do Miguel Falabella. Parados como os filmes do Bergman. Contagiantes como um show do Fat Boy Slim. Intrigantes como os episódios de Lost. Ê, que mania de achar que minha vida é um épico....hehehehe....tenho isso desde criança, mas vou deixar esse tema pra outro dia. Chega desse festival de egocentrismo. Fica para um dia que não tenha assunto melhor.

Fui!

Um comentário:

Dr. Simão Bacamarte disse...

Olá Marquinhos,
vi, li e gostei. O blog é muito bom. É provável, muito provável, que os 7 leitores assíduos virem 8. Também estou na blogesfera (será que é assim que se escreve)

Abs.

iluminabacamarte.blogspot.com