segunda-feira, 3 de setembro de 2007

De volta...




Um dia as palavras, há muito contidas, teimam e saltam da boca do autor. É uma doideira isso. Estavam mansas. Dormentes. Caladas. À espreita, aguardando um momento de descuido. Ensaiaram diversas vezes. Chegaram a organizar-se em bloco e levantar bandeiras. Mas a preguiça, o desânimo e a absoluta falta de vontade de se mostrar, vetaram suas passagens. A sorte ou não, é que o peito é finito e uma hora explode. Já não há foto, música, vídeo ou página de internet, que seja suficiente pra mostrar ao mundo que eu estou aqui. Aí, resolvi voltar.

Não sei se vou avisar aos amigos. Talvez isso fique por aqui. Ainda à espreita. Testando a persistência dos poucos amigos que visitavam o espaço em busca de informações, comentários ácidos, história de crianças, comentários sobre música, cinema, televisão e política.

Talvez, eu avance num projeto que tem me tentado. Transformar a página numa vitrine sobre sentimentos e percepções de um homem, pai, marido, amigo e profissional, de quase 40. É muita coisa ao mesmo tempo agora.

Andaram dizendo por aí que eu estava em crise. A tal famosa. Mas ainda falta mais de ano....mais precisamente, 1 ano, 2 meses e 9 dias. Não descarto a hipótese. Já falei muito disso por aqui. Muita responsabilidade. Mas muita felicidade. Muita pressão. Mas muita realização. Muita labuta. Mas muita alegria. E tempo. Muito tempo. Mais tempo que se passou e acrescentou.

Fui no médico. Afinal de contas, a química e a indústria se deram às mãos e embalaram em caixinhas minúsculas com uma listra preta no meio, pílulas de felicidade. Não pra mim. Me deu sono. Preguiça. Apatia. Talvez não fosse o remédio indicado. Talvez eu não estivesse precisando. Talvez devesse voltar e contar isso pra doutora.
Talvez eu não sirva pra esse tipo de coisa, isso sim!

Pra variar, ACHO que estou resolvendo a parada sozinho. Ou melhor, sozinho nada, porquê eu não nasci pra fazer nada sozinho. Muito menos esse papo de me bastar. O que se deu é que eu resolvi abrir as janelas que estavam cerradas. E deixei a vida correr de novo nas minhas veias. Afinal, já cantei muito com o Robbie Williams “cause i got too much life running through my veins!”.

Pra começar, muita música. Música nova. Funk, rock, hip hop. Abri os ouvidos pro som que vinha da boca dos meninos. E veio Akon, com o hit martelante “Dont matter”. Vasculhei o ipod e vieram novos velhos hits lado B. Redescobri Fine Young Cannibals. Muito Nando Reis. Sim, desde que eu te vi eu te quis. Quis te raptar e fiz um altar pra te receber. O som entranha, o pulmão cresce e lá vou aos berros no carro. Cantando e dançando. O André contribuiu. Sim, o velho até que anda antenado. Veio Lascivas Lulas. Talvez, a grande descoberta do ano. Minha. E dele. Porquê de resto, a mídia ainda está celebrando o fim do Los Hermanos.

Voltei a malhar. De verdade. Com música. Não podia ser diferente. Minha vida tem trilha sonora, e isso não é segredo pra ninguém. Organizei playlists. Calculei movimentos. Cronometrei o tempo. E mudei de academia. Porquê tanta modernidade não combinava com o muquifo onde eu estava malhando. Saí da piscina. Me dei ao direito de não querer entrar em água fria. Vai fazer falta. Volto depois. Entrei numas de ficar sarado. Olha lá a crise...hehehehe.

Onde vai dar isso? A Renata acha que pode ser euforia pós-depressão. Eu prefiro acreditar que era fase. Igual ao clima de Brasília. Secura. Vontade de parar pra descansar embaixo da árvore. E que mal faz?

3 comentários:

Ana Laura disse...

Muita alegria ao te ler novamente!
Que bom, Marquinhos, não deixe de registrar suas impressões do mundo. Eu vou tentar ser mais assídua no meu blog também.
Sucesso!

Teka disse...

Eu sabia que a lagarta depois do casulo vem borboleta mesmo, nao falha! Mauricio ficou feliz de ver a Amy Winehouse entre as top mais depois dele ter te iniciado dela... E quando vejo um pouco de dia cinza e nublado nas nossas vidas, fico triste e feliz. Triste porque vc e' amigao e eu queria estar mais perto para oferecer o ombro. E feliz porque isso e' a vida, tal e qual e quem diz que vive num conto de fadas pode falar mas nao vai colar, como cola a verdade que vc escreve... Welcome back. Com carinho, TK

Anônimo disse...

bom comeco